quinta-feira, setembro 30, 2004

Correspondências


Querido Eduardo,

Cansa viver nesse mundinho plástico. Não quero mais saber das luzes da fama, mas ela me dá dinheiro e é disso que eu preciso para que nossa filha cresça com o que melhor posso oferecer. Sei do seu carinho pela nossa filha, ela sente muito sua falta, mesmo achando que você não é o pai dela. Escrevo para dizer que lhe sou muito grata por tudo o que você tem feito por nós, o seu carinho e suas dicas são impressionantes. A educação dela, ao seu lado, não poderia estar em melhores mãos.
Mando junto um desenho feito pela nossa filha, só para essa carta. Ela sempre me pergunta onde você está e eu sempre respondo a isso dizendo que logo você estará conosco novamente, do jeito que uma boa família deve ser e conforme você me prometeu. Estou esperando, viu?

Beijinho beijinho e tchau tchau!
Xuxa

quarta-feira, setembro 29, 2004

Correspondências


Eduardo:

A liberdade musical, a influência de tudo, a ausência de melodia na própria música que não é música, mas é melodia. Esse lapso indicado por você, além de suas grandiosas cartas, faz voltas em meu crânio. Em grandes quantidades de notas, não somente de rodapé mas além delas, e também um volume tremendo do nada que, assim posto, se transforma nessa arte que sou eu, que é você, todas as pessoas, unidas por esse fio leve chamado mocidade. Ou não. Obrigado!


Abraços carinhosos,
Caetano

terça-feira, setembro 28, 2004

Correspondências


Companheiro Eduardo,

É com grande alegria que lhe escrevo. Eu sei muito bem que você não está relacionando com nosso movimento, com nossos ideais, mas mesmo assim eu lhe devo muito. Em meu sangue eu ainda tenho as mesmas bandeiras de sempre, mas confesso que a sua inteligência me fizeram pensar a respeito das bases de nosso desenvolvimento político e econômico. Poucos sabem de sua ativa participação na formulação dessas novas bases, e respeitarei o seu desejo de permancer no anonimato. Também vou me animar mais para as reuniões, para encarar os problemas de frente, e prometo que me dedicarei ao máximo para o bem da nação, conforme o seu pedido.

Avante companheiro!
Abraços
Lula

Ps.: Mande seus projetos para mim. Como você mesmo demonstrou não tem como dar errado!

segunda-feira, setembro 27, 2004

Correspondências


Querido Eduardo,

Imagino sua carinha linda agora ao ler minha cartinha. Estou morrendo de saudades, nossa noite foi maravilhosa. Nunca conheci ninguém como você, só não se ache por eu dizer isso tá? Você é maravilhoso e me ajudou com as minhas dificuldades... Às vezes cansa ser uma pessoa famosa, ser a queridinha, a certinha... Dá vontade de jogar tudo para o alto e bancar a doidona de vez! Mas te encontrar reforçou minhas energias. Você está correto, e é impressionante como suas palavras têm um efeito gigantesco para mim.
Não consigo esquecer aquela noite... Passamos apenas algumas horas juntos, mas já foi suficiente para perceber que você é maravilhoso. Diferente dos outros homens, você me tratou com respeito, algo que admiro muito em um ser humano. Sei também que você não gosta das minhas músicas, mas espero que isso não sirva para nos distanciarmos, ainda mais agora que estamos mais próximos do que nunca. E acabamos de nos conhecer! Seus conselhos foram muito bons, e eu também concordo com você quando você diz sobre a importância de procurar por coisas novas nas nossas atividades do dia-a-dia. Infelizmente meu irmão não gostou de você, mas não se preocupe com isso, é sempre assim quando eu conheço um cara novo... Ele ainda não te conhece, mas eu tenho certeza que quando te conhecer melhor vocês serão grandes amigos.
Venha me ver logo! A noite não havia acabado mas você já tinha ido embora e eu fiquei com muita saudade. Quero te apresentar para meus pais, que também querem te conhecer, pois eu já falei muito bem de você! Não se esqueça de mim, da mesma forma que nunca esquecerei de você.

Te adoro!
Beijinhos
Sandy

sexta-feira, setembro 24, 2004

?
E cá estou eu. Ouvindo Belle And Sebastian seguido de Attaque 77. Quem diria? E a poesia de Galáxias? Não paro de pensar no sonho estranho que tive hoje, aliás, foram dois. Ambos envolvendo mortes, ambos me deixaram triste e me alegraram ao acordar por perceber que se tratavam de um sonho. Proust não tem nenhuma relação com isso, mas sim, Albertine promete ser linda assim como Gilberte. Eu quero uma Albertine para mim, um dia acharei uma. Enquanto isso minhas cartas literárias voam de um lado para o outro em busca de opiniões que nunca serão ditas...

segunda-feira, setembro 20, 2004

Pudim Doce de Bacalhau

Ele entrou naquele quarto sem janelas, fedendo a peixe podre. Não dava para ver nada, tudo estava escuro. Ele pegou seu isqueiro e o colocou entre os dedos para acender, mas depois ele lembrou que se ele acendesse tudo poderia ir para os ares, incluindo ele. Permaneceu imóvel, e deu alguns passos. Em vão. Era impossível encontrar alguma coisa. Ele ficou naquele quarto por muito tempo, muito tempo mesmo. Um dia abriram a porta e ele ainda estava lá. Mas agora não estava mais escuro. A luz entrava pela porta, mas ainda era pouco para iluminar tudo o que ele queria.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Salve o Ursinho Puff e todos seus amiguinhos! Com grande sorriso no rosto, saúdem as bailarinas com seus vestidinhos rosas, seus andares flutuantes e seus graciosos movimentos! Viva os Teletubbies! Três urras para Poliana! Não se esqueçam do Ursinhos Carinhosos e dos Ursinhos Voadores, com casas nas nuvens e corações desenhados no peito. Viva às bonecas Barbies e todos seus acessórios. Salve Malhação e as novelas mexicanas. E porque não também as brasileiras? Viva à Xuxa e sua maravilhosa filhinha! Viva a tudo que existe de bom no mundo. Vivas às correntes de mensagens! Viva Deus (ele é fiel)! Viva Jesus Cristo! Salve a honra de todas as religiões! Três urras para historinhas com moral! Três urras para Paulo Coelho! Viva! Viva! Sorriam! Alegria! A vida é bela, sem ser bela não é vida e não é minha. Viva o pai caridoso e a mãe perfeita! Viva o irmão compreensivo e a irmã presente! Salve os professores aplicados e os alunos estudiosos! Sorriam! Sorriam! Como se esquecer da Gazeta do Povo? Viva! Folha de São Paulo? Viva! Três urras aos casamentos entre modelos e jogadores de futebol! Viva a comunidade e a sua união! Viva os ideias políticos! Oba! Oba! Oba! Lá vem a garota de nariz empinado saindo do shopping! Viva a liquidação! Três urras para o cheque especial! Salve os bancos e seus empréstimos! Olhem para o garoto com seu carro novo! Olhem para a senhora fazendo festa para seu cachorro! Olhem para o senhor construindo mansões! Olhem para as manchetes de jornais e revistas sobre casamentos de pessoas que eu não conheço! Viva a Sandy! Viva o Júnior! Oba! Oba! Oba! Viva o orgulho de ser brasileiro! Viva as maravilhas do mundo! Oba! Oba! Oba! Viva a vida! Não tema a morte! Viva o céu, o arco-íris e as estrelas! Cante, dance e brinque! Caminha de mãos dadas com o próximo e junte-se aos que são alegres! Viva! Oba! Isso aí! É possível ser feliz, basta querer! Oba! Oba! Oba! A escolha é sua!

quinta-feira, setembro 16, 2004

"Faço notar, de passagem e a título de curio so confronto, que a relação entre o desejo e a
ação tem uma analogia, de todo acidental, mas perfeita, com a relação que existe entre a
distribuição e a comunicação elétrica" (Arthur Schopenhauer, O Mundo Como Vontade de Representação)

segunda-feira, setembro 13, 2004

clichê-post

Nessa segunda-feira chuvosa e fria as necessidades e responsabilidades andam lado-a-lado. Não sei muito bem o que faria se não tivesse um trabalho, se não tivesse meus amigos, minha cama quente e meus livros, que parecem ser o único refúgio nesse momento de tristeza e solidão. Foi bem engraçado, ela surgiu em minha vida de repente, e da mesma forma foi se tornando cada vez mais importante. Como uma droga que experimentamos por acaso, e que no começo nos faz rir de quem é dependente dela, mas que no final nos converte a verdadeiros seguidores de nosso mais novo vício. Largar qualquer tipo de droga é sempre uma tortura, seja ela emocional ou química.
O dia está cinza. E eu estou conseguindo me livrar dela. Se não fossem essas músicas românticas que ultimamente ando escutando seria muito mais fácil. Mas tudo o que é fácil pode se tornar chato. E o que é extremamente fácil quase sempre não nos deixa nenhum aprendizado. Aprendi dias atrás que não posso ter tudo o que quero. Acho que ninguém pode. Sempre teremos esse vazio. Incompletos. Infelizes. Mas sempre há uma luz de esperança, ou sempre nos enganamos dizendo que há uma.
Chove lá fora, como eu já disse. Mas o dia não está feio, apesar de não ter sol e ventar gelado. Quando cicatrizamos as feridas notamos que tudo pode assumir outras cores, outros ares e até mesmo outras formas. E tudo parece estar assim hoje. Algo mudou na virada da noite, e não foi apenas em meus sonhos, mas a mistura deles com a realidade. Não a desejo mais, e isso é muito bom. Não é nada impossível de se conseguir, mesmo que seja preciso uma pequena ajuda. E eu acho que tive essa ajuda ontem a noite.
Lamentava para mim mesmo a minha condição de imbecil porco, aquele que sempre viverá sozinho, e totalmente desacreditado conforme a situação de espírito me fazia acreditar. Então surgiu você, apenas me dizendo que nada disso importa, que existe um amor verdadeiro. De alguma forma poderia ser que eu ainda não estivesse pronto para ele, ou que ele ainda não estivesse pronto para mim. Claro que temos idéias bem diferentes sobre isso, mas foi bem confortante escutar de você suas idéias tão cheias de esperanças e de vida. Suas palavras não eram diferentes das outras pessoas que tentaram me ajudar, mas o jeito com que disse era diferente.
Por isso agora o dia cinza é colorido. Percebi que as coisas podem ser diferentes, que ainda existe coisas para aprendermos e conquistarmos. As lacunas de nossos sentimentos são apenas passageiras, como infelizmente são todas as pessoas, e aquilo que somos, construídos durante muito tempo e com muito sacrifício, será de alguma forma eterno para a gente. Por isso agora ouso sorrir e me perder em pensamentos que não mais pertencem a ninguém, não ouso mais me entregar ao nada. Agora as coisas serão diferentes. Ainda chove lá fora, e ainda está frio, mas muito melhor do que o sol dos dias anteriores.

domingo, setembro 12, 2004

Me diga uma coisa: Isso realmente é importante? Eu não vejo motivos para você vir até aqui, me dizer essas coisas idiotas e bancar a esperta comigo. Eu vejo em seus olhos, em suas palavras, o quanto você é inútil e imbecil. Não me diga mais nada, sua carinha de "não fui eu" me dá nos nervos. Não diga que me ama, que você me quer de volta, eu apenas sinto nojo de pensar que um dia eu a vi com outro olhos, com olhos fora da realidade. Sua vida é medíocre, e você não me agrada em nada. Volte para o esgoto de onde você veio e apenas siga o seu caminho, sem olhar para trás, e esqueça que um dia eu fui importante para você. Isso não faz mais diferença. Agora você sabe o que é amar.

sexta-feira, setembro 10, 2004

quinta-feira, setembro 09, 2004

Enquanto isso, do outro lado da cidade, uma borboleta pousou suavemente sobre o armário branco, para espanto de todos aqueles que moravam naquela casa sem teto. Todos liam as mesmas coisas, tentando achar relações entre o que é pensado com o que é visto. Tudo isso não passava de um estupro que a razão costuma fazer com tudo aquilo que está por aí. Ela tenta se impor, tenta quebrar com a magia imaginativa e deixar tudo mais chato com suas regras que envolve causa e efeito. A borboleta também era branca. Exatamente por isso causava espanto nas pessoas que moravam naquela casa.

terça-feira, setembro 07, 2004

"Na humanidade, a freqüência de virtudes idênticas para todos não é mais maravilhosa que a multiplicidade dos defeitos particulares de cada um" (Proust - Em Busca Do Tempo Perdido - À Sombra Das Moças Em Flor)

sexta-feira, setembro 03, 2004

Pronto! Pronto! Estou confuso.







Isso é tudo!