terça-feira, novembro 28, 2006

desabafo fora de hora

É hora de mudar alguma coisa...

sábado, novembro 25, 2006

turning point

Estávamos sentados naquela mesa do restaurante. Não lembro se já tínhamos comido ou se ainda esperávamos a comida. Mas lembro muito bem da expressão emocionada dele quando me disse:

“Minha vida mudou na primeira vez que eu fui ao Brasil. Eu era jovem, recebia muito dinheiro por causa do projeto... Tinha tanto dinheiro que nem sabia o que fazer com ele. E mesmo assim eu estava sempre reclamando de tudo”.

“E tinha esse rapaz brasileiro que trabalhava sempre comigo. Muito bom trabalhador, sempre fazia tudo o que a gente pedia, sempre disponível. Certa vez a gente teve que trabalhar às duas da manhã, e para ele não teve nenhum problema”.

“Eu estava nesse hotel muito chique no nordeste do Brasil. Então eu olhei pela janela do meu quarto e vi esse rapaz brasileiro sentado na areia ao lado de sua namorada. Entre eles havia apenas uma garrafa de cerveja. Às vezes ele ia para o mar, mergulhava, voltada e bebia um pouco de cerveja. Às vezes era ela que fazia isso, muito bonita. E ficaram assim o dia inteiro”.

“Esse é o ponto de virada na minha vida. Antes disso eu era um filho da puta, ganancioso, com dinheiro no bolso e querendo sempre mais. Depois que os vi daquele jeito, mudei minha maneira de pensar e meus objetivos na vida. Antes eu ia nessa direção, agora vou nessa. Esse dia foi o ponto de virada... Mais tarde perguntei para eles o que queriam da vida, quais eram suas ambições. Nada, apenas o que deus nos der está bom. Nada, apenas viver e continuar vivendo tranqüilamente. Hoje eu não reclamo mais por qualquer coisa. Minha vida mudou depois que estive no Brasil”.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Agora só passo os dias pensando no momento de encontrá-la.



Mais um dia aqui. Menos um dia que falta para vê-la.

quarta-feira, novembro 22, 2006

pensamentos complexos de um filósofo medíocre

Mas é claro que as coisas não podem ser tão simples assim. Nossa tendência é sempre simplificar as coisas com frases-chaves, idéias básicas que resumem toda uma filosofia pra lá de complexa. Damos de ombros e assumimos que tudo aquilo é o reflexo mais puro da realidade. Mas não temos nem idéia do que é reflexo e muito menos realidade.

Não que tudo esteja certo e errado. Mas algumas coisas podem estar certas enquanto outras podem estar erradas.

sábado, novembro 11, 2006

eu nunca vou aprender a lição...

Sem luz por horas. Tentei agüentar, mas não deu. Peguei o telefone:

Eu (após atenderem): Olá, estou sem luz em casa.
Mulher: Olá. De onde você fala?
Eu: Westlands.
Mulher: Bem, existe um problema nessa região, mas já resolveram.
Eu: Ainda não, eu ainda estou sem luz. E faz horas!
Mulher: Desculpe por isso...
Eu: Pois bem, quero registrar a minha reclamação.
Mulher: Qual é o número do seu registro?
Eu (pausadamente): 4-2-0-9-0-bla-bla-bla.
Mulher: Tem certeza que é esse o número correto?
Eu (conferindo novamente): Tenho, estou lendo da minha conta...
Mulher: Como? Tem alguma coisa errada...
Eu (lendo novamente): 4-2-0-9-0-bla-bla-bla
Mulher: Ahnnnn... 4-5-0-9...
Eu (um pouco mais alto): Não! É: 4-2-0-9-...
Mulher (repetindo o que eu falo para confirmar): 4-5-0-9...
Eu (mais alto ainda e mais pausadamente): NÃO! 4-2-0-9...
Mulher (repetindo novamente): 4-5-0-9...
Eu (praticamente gritando no telefone): Não! Não tem nenhum CINCO no meu número de registro. Esqueça TODOS OS CINCOS, não tem nenhum!
Mulher: Ah! Está bem. Então qual é o número do seu telefone de contato?
Eu (levantando e pegando a conta de telefone, pois eu não sei meu número): Espere só um minuto.
Mulher: Está bem.
Eu (lendo a conta do telefone): Meu número é: 4-2-2-...
Mulher (repetindo os números logo após eu falar): 4-5-2...

sexta-feira, novembro 10, 2006

ossos do ofício...

Estou de saco cheio. Estou doente e estou trabalhando... Nada pior.

quarta-feira, novembro 01, 2006

perdeu a graça

Domingo a noite minha internet simplesmente caiu e não voltou mais. Tudo bem, faz parte da vida... No dia seguinte nada de conectar, então descobri que o problema era na linha telefônica: completamente muda. Desci as escadas do prédio e perguntei para um dos porteiros se tinha um problema com o telefone. Ele falou que sim, um caminhão tinha entrado no meu prédio no domingo e levado duas linhas telefônicas para o beleléu. Uma era a minha.

Então a saga começa. Liguei para a operadora de telefonia (pelo celular) para avisar sobre o ocorrido. Mas o rapaz que me atendeu era tão tosco que eu não entendi nada do que ele falava. Mas existe uma central telefônica perto de casa, apenas na quadra seguinte. Então resolvi ir lá.

Chegando na central eu reclamei do meu problema (depois de esperar mais de 30 min para ser atendido). O rapaz com quem conversei me garantiu que “hoje ou amanhã de manhã estará solucionado”. Pois bem, esperei até “amanhã”.

No outro dia, na hora do almoço, nada de arrumarem o telefone. Liguei novamente reclamando. O mesmo rapaz que me atendeu no dia anterior me falou que “o trabalho já está em andamento”. Fiquei puto, pois minha linha estava arrebentada na frente do meu prédio e ninguém tinha aparecido ainda para arrumar. Então eu argumentei que até aquele momento ninguém tinha vindo para trabalhar... Mas ele me disse que não era assim que funcionava. Pois bem, calei minha boca e resolvi esperar um pouco mais.

À noite eu cheguei em casa e nada de telefone. Fiquei puto novamente e liguei (de novo) para a empresa de telefonia. Um rapaz atendeu e perguntou qual era o número do protocolo de reclamação... Obviamente eu perguntei o que era isso. E ele respondeu que toda reclamação tem um protocolo para acompanhamento (faz sentido) e ele tinha que saber o meu para saber a situação da minha reclamação. O pior foi a declaração de que “se você não tem um, favor ligue para o número 997 e faça um”. Praticamente gritei no telefone: “Por quê CARALHO (fuck) ninguém me avisou que eu tinha que fazer isso?”. Ele ficou mudo.

O seguinte passo, obviamente, foi ligar para o número 997. Liguei. Uma atendente pediu o número do meu telefone e eu dei. Ela falou que já tinha uma “ordem de serviço” aberta, e que já estavam arrumando. Reclamei que fazia 2 dias que estavam arrumando, mas ela não podia fazer nada. Ela me garantiu que na manhã seguinte (de novo) ela mandaria uma mensagem para os técnicos sobre minha reclamação.

No dia seguinte, na hora do almoço, testei o telefone e, para minha surpresa, estava funcionando! Realmente, só demoraram 2 dias e meio para arrumar, o que, para os padrões daqui, é uma coisa impressionante (para o bom lado). Fiquei feliz e trabalhei a tarde toda contente por poder chegar em casa e acessar a internet como sempre...

Mas a vida não é tão simples assim, ainda mais em um país como o Quênia. Cheguei em casa e não acreditei no que notei: sem energia elétrica. O telefone funcionava, mas eu precisava de energia para ligar o modem e usar a Internet. Enfim, gritei em alto volume palavras como: merda, caralho, filho da puta, burros, imbecis, etc.

Sem energia e atacado, o que poderia fazer? Peguei o telefone de reclamações da empresa de energia e disquei. Uma atendente falou comigo. Reclamei que estava sem energia em Westlands. Ela falou que já havia técnicos trabalhando nessa linha. Eu falei que queria registrar minha reclamação. Ela falou que não podia registrar esse tipo de reclamação, pois ela já havia me dito o motivo da falha. Eu falei que mesmo assim eu queria registrar a minha reclamação, pois eu ligava várias vezes para reclamar sobre essas falhas, que são constantes, e era para constar no sistema todas as minhas reclamações. Ela falou que não podia fazer isso. Eu perguntei o porquê. Ela falou que não podia me falar o porquê. Eu perguntei o porquê dela não poder falar o porquê. Ela ficou muda. Esperei mais um tempo, e ela continuou muda. Esperei mais, e ela continuou muda. Enfim, falei “alô” como testando se a ligação estivesse caído, e ela respondeu. Então eu perguntei o porquê havia uma linha de reclamações se eles não podem registrar minha reclamação e nem mesmo me falar quando a energia ia voltar (ela falou que não podia prever a volta). Falei que ter esse número e não ter era a mesma coisa... Ela ficou quieta. Claro, não há o que falar sobre isso. Então eu agradeci falando: “Obrigado por nada” e desliguei o telefone.

Enfim, são os momentos de ouro que nos fazem pensar: “O quê estou fazendo aqui?”