Elefante

Com meses de atraso finalmente chega a Curitiba o comentado Elefante. Com claras referências a games 3D em primeira pessoa, o filme se passa suavemente o tempo todo, sem ter momentos de auge significantes, mas mesmo assim agradando ao telespectador. Cenas longas são o ponto fraco, como por exemplo os minutos em que o personagem assassino está praticando ao piano, ou céu com nuvens em alguns momentos. A referência aos games pode ser entendida como uma crítica à violência gratuíta proporcionada por esse tipo de entretenimento, pois uns dos personagens assassinos aparece jogando um jogo estilo "kill or die", mas particularmente não acredito que essa seja a intenção dessas cenas. A visão "game" não é única para os personagens "problemáticos", mas sim para todos, o que levanta questões sobre a subjetividade de cada personagem representado no filme. Ponto também para como o filme mostra o descaso da escola com os problemas que os alunos enfrentam fora dela. Outro ponto para a montagem, estilo Tarantino, onde a mesma situação é mostrada várias vezes dependendo do ponto de vista de cada personagem (eu gosto disso).


Diários de Motocicleta

A história todo mundo já sabe... O filme é bonito e bem filmado, com uma boa fotografia e locações extremamente bonitas. Toques de documentário pipocam volta e meia, dando um toque "menos mágico", ao mesmo tempo que faz uma crítica social. Vale a pena ser visto sem compromisso ideológico, pois o filme certamente não mostra esse lado dos seus personagens, mas sim como esse lado pode surgir de acordo com as experiências de cada um. O humano por trás do mito, mas ainda com alguns toques místicos acerca da conduta moral de Ernesto (ele era assim tão bom?). Gostei e recomendo.

e então... é só isso?
essa praia bonita e deliciosa
com essa água verde ou azul
tanto faz, todas as cores são lindas
mas ao mesmo tempo superficiais
por baixo domina o preto
a ausência de beleza
por dentro desse mar
e todo mundo, enquanto deleitam
apenas essa fina película finita
no fundo a história é diferente
lá as leis não se curvam
diante de regras fictícias
e no fim é apenas isso
não importa se é índico, glacial
autêntico ou pacífico

"Os entes nascem sem razão, prolongam-se por fraqueza e morrem por acaso" (A Náusea - Sartre)

imagine um ponto, imagine dois. imafine um atrás do outro, formando um traço. imagine rabiscos. imagine letras e números e depois palavras e contas. imagine frases e equações, problemas propostos e problemas resolvidos. imagine o quanto você aprendeu, e o quanto ainda falta aprender. imagine as boas notas na escola, a nota boa no vestibular e o seu canudo depois de anos de esforço na universidade. imagine o seu trabalho, problemas e soluções. imagine todos os prazeres da vida, imagine você, já velho, com muita coisa para contar... imagine apenas que não existe diferença entre realidade e ilusão.

- Como você é estúpido! Cadê sua educação? Cadê seu respeito?
- Minha mãe me ensinou que eu só devo respeitar aqueles que merecem.
- Mas eu sou sua mãe!

Get me away from here, I´m dying

Não penso mais no futuro como pensava antigamente. Não vejo mais as coisas como elas devem ser, mas como elas deveriam ser. A influência de fluxos incostantes. A flexibilidade nula. Facas e flechas, tudo parace cortar. Rasgando e rangendo, sem restrições ou retorno. Apenas aquele vazio simples, que nem mesmo eu posso contemplar. No universo de momentos que já passaram, agora apenas volto ao tempo em que via tudo de maneira diferente. Não pior, não melhor, simples e diferente, como agora. E o agora é essa eterna dúvida, que fica entre o presente e o futuro. Que permanece único por realmente não existir, pois o agora sempre passa quando vivemos nele, ou por ele... Tanto faz. Não importa o agora, ele não existe, só o passado e o futuro... O passado, que sempre será o nosso agora como lembrança, e o futuro, que seria nosso agora como esperança.

Tróia
"Por favor Aquiles gostosão, não me mate, eu tenho um filho para criar". "Então deixe Tróia!". Nada a vê com Aquiles, nada a vê com Tróia, nada a vê com Ilíada. O filme "Tróia" não é nada além de um pseudo-épico hollywoodiano que ofende as memórias de Homero e seus personagens. Aquiles foi transformado em um ser humano piedoso e gentil, sendo que ele não deveria ser gentil, piedoso e sequer humano. Frases feitas governam o filme, e as escravas são donzelas que conquistam o coração de seus senhores. O filme é feio e a trilha sonora é irritante. No final das contas podemos notar que a inspiração em Homero foi apenas nos nomes e em mais nada. O resto é pura "adaptação", que tem como verdadeira base o orçamento alto e uma boa perspectiva de altos lucros. Boa sorte.

o tempo não pára, mas algumas coisas acabam. é exatamente nessas horas que choramos...

E agora? No silêncio mais profundo da face da terra, o tempo não pára. Caminho sozinho de volta para casa, naquela noite chuvosa... Naquela noite em que você havia me deixado. Eu te amo tanto, e você me deixa assim, sem dizer nada. Sei que não volta, sei que tudo muda. Sei que mais tarde irei me acostumar com a idéia, mas fique sabendo de uma coisa: de você, tão importante para mim, tão importante para todos que te amam, nunda irei esquecer. No dia anterior a ontem morreu uma parte de mim. Uma parte que nunca mais será preenchida.

Where is my mind?
ontem... pixies... antes... hell on wheels... pixies... teenage fanclub. frio... gripe... pixies tocando, frank, kim... não vejo nada, vejo tudo!... frio! where is my mind? Hey!... então, chega... here comes your man... debaser!... nossa, a galera canta em coro! vejo mas não acredito... nem vendo para crer, sinto e não caio em mim. muito bom... muito bom!... tudo perfeito, a cerveja, a galera, a banda, o lugar, o tempo, eu... eu... estava lá. eu fui, eu vi, mas ainda não acredito.

Festival Pop de Curitiba
Eu sei... Eu sei... Fui apenas no primeiro dia até agora, vi a maioria das bandas. Desde DJ alagoano que toca groove até banda de ska curitibana. Divertido de ver, divertido de conhecer. Minha noite começou mesmo quando eu estava lá, sozinho, no frio e gripado, quando entra Hell On Wheels para detonar um som sueco. Conhecia apenas duas músicas, uma delas nem foi tocada lá, mas não fez a menor diferença. Hell On Wheels é uma PUTA banda, muito boa mesmo, não conseguia parar de olhar para o palco, ouvindo aquele show que com certeza permanecerá para sempre na minha memória. Depois, não menos pior, Teenage Fanclub fecha a noite com um som maravilhoso. Com direito a invasão de setores e tudo mais, pois ninguém mais queria ficar lá atrás. Estive lá... Vi tudo, vivi tudo, e estou vivo aqui para contar. Hoje tem Pixies mais a noite, não consigo parar de pensar na magnitude disso tudo...

morte na certa
gripe forte, tosse e frebre. tudo isso somado com show do pixies. em uma noite fria, úmida e solitária de curitiba. céu aberto e vento gelado na nuca. morte na certa. não consigo parar de sorrir. mal posso esperar...

e agora?

chega a ser engraçado o modo como ela olhava para mim. talvez ela estivesse tentando penetrar na minha alma e descobrir meus pensamentos antes mesmo que eu soubesse o que estava pensando. às vezes parecia que ela queria me devorar vivo, outras vezes ela simplesmente sorria e piscava com um olho, balançando aquela cabeça linda, de boneca. tudo era perfeito.
uma dessas vezes eu simplesmente a ignorei. ela saiu correndo, se escondendo pelos cantos, e eu não dei bola. dias depois eu fiquei com saudade e remorso. era somente usar a cuca um pouco e ela voltava para mim rapindinho, sorrindo como uma boba.
então ela estava lá como sempre, como todas as noites. era linda. me aproximei e peguei sua mão. ela me olhou com aquele ar de "você de novo?", e eu comecei a puxar conversa banal. quando tudo estava certo ela virou e me disse: "eu dou para você por 100 reais". e foi a última vez, pois ela sempre costumava cobrar 80.