quarta-feira, dezembro 24, 2003

É como uma avalanche, que segue rumo ao desfiladeiro. Um pequeno acampamento de escoteiros se encontra lá em baixo, com uma fogueira no meio. Eles escutam um barulho estranho, mas a cantoria e o violão atrapalham suas percepções auditivas. Aquele desfiladeiro... Eles levaram horas descendo para poder acampar lá embaixo, alguns se machucaram na descida, outros os ajudaram a descer. Por fim, soterrados por terras e pedras, não respiram mais. Para alívio de toda a floresta, que agora pode voltar a ser ela mesma, sorrindo satisfeita com a sua vingança.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Finalmente as coisas estão um pouco mais tranqüilas. E acho que as coisas já estão maduras o suficiente para eu finalmente destruí-las. Ah, a quantificação... Isso, para aqueles que convivem comigo, se tornou a minha idéia fixa. Mas aqui vai a minha idéia: irei quantificar a arte. E como seria isso? Imagine você, digno leitor de blog, andando por um museu, uma galeria, ouvindo uma música ou lendo um livro... Em um determinado momento (provavelmente previsto pela idéia da quantificação) você olharia sem foco para coisa alguma e diria: "Essa obra de arte tem 20,5 cocientes de arte". Mas... Como assim? O que isso quer dizer? Como seria possível? Aqui não cabe agora levianas perguntas fora do seu tempo, pois todas elas serão respondidas ao longo daquilo que eu chamo de "quantificação da arte". Infelizmente-felizmente, eu ainda tenho muitos pontos obscuros a esclarecer antes de partir realmente para esse empreendimento. "Mas fazer isso é impossível..." Irão dizer os mais apressados. E eu retornarei: "E daí?". A maioria das pessoas vê na impossibilidade uma fonte de frustrações. Eu vejo nela uma fonte de diversões. Procurarei colocar aqui as minhas idéias, assim vocês podem comentar todas elas para que eu dê soluções para os possíveis problemas que irão aparecer no decorrer de tudo.

Por fim, li em um artigo no jornal que um cara (provavelmente um italiano) bolou um jeito de alterar a ordem dos versos de um poema aleatoriamente pelo computador, na década de 60. Eu também tinha feito algo exatamente igual, e descobri que eu não sou muito original. Mas, estamos aí.

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Throughput x MCS (Modulation Code) x Time. Quando do final de semana é regado de dados, de interpretação de "drives tests" e "statics tests", somente para sabermos se uma determinada EDGE-CU (aquela que vai na BTS) está funcionando direito. E estava. Mas eu não quero falar sobre isso.

Infelizmente as coisas que sabemos a respeito dos assuntos mais específicos são sempre aquelas que não interessam a ninguém. Recentemente eu li um artigo falando sobre o hipertexto (internet) e de como ele não irá matar o livro. O livro nunca irá morrer, apenas os dicionários e as enciclopédias. Não me senti aliviado e nem triste. Quem se importa? Mas é legal pensar a respeito, mesmo quando não sabemos direito o que virá pela frente.

As dúvidas são muitas. Parei de colocar coisas aqui devido a fatores externos. E isso prejudicou o andamento dos meus pensamentos... Eu estava tentando me concentrar para escrever coisas legais, muitas poesias, muitos textos pseudo-filosóficos (aliás, escrevi um sobre o ódio), mas tudo ficou parado. Malditos fatores externos! Enfim, se alguém tiver uma idéia, pode me dizer que eu tentarei aproveitá-la. Adicionei mais um link, as fotos da b, vale a pena uma visita constante.

Mais além tem mais.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Ainda está tudo tão imaturo... Um blog. Bom, os comentários são o que, de certa forma, transcendem o blog. É quase como uma essência, pois tudo o que é relevante é dito neles. De qualquer forma, vou parar de me questionar a respeito do blog-em-si, que isso já está ficando muito chato. Agradeço a todos que têm visitado o meu blog, mas eu tenho uma péssima notícia: o blogger não suporta posts de figuras. E a conclusão já se segue daí: vou ter que mudar de domínio. E uma segunda conclusão se segue a partir daí: "oba, finalmente ele pára de postar idiotices pseudofilosóficas a respeito de blogs e todas as besteiras inúteis que ele pensa". E a partir daí eu tiro outra conclusão: mas quem são vocês (os que falam de mim dessa forma) para dizer tudo isso a meu respeito? Daí uma outra conclusão: "nós somos nós mesmos, e por isso podemos dizer o que quisermos". E eu digo que não, tirando outra conclusão: /...!

E foi assim que elaborei um diálogo comigo mesmo. Saindo do ambiente do conhecimento empírico e chegando ao noumenon no sentido positivo. Não confundam com o noumenon no sentido negativo, viu gente?

Beijos para a Lívia, a minha namorada. Beijos para todos os meus amigos e amigas. Melhor explicar isso: um beijo transcendental para a Lívia. Um beijo empírico para as minhas amigas. E um beijo virtual para os meus amigos.

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Sempre haverá uma necessidade de buscar algo novo. Não é de hoje. E a essa sede de novidades que somos gratos, pois sem ela não teríamos muitos avanços científicos. Porém, um blog não é uma coisa nova. Estou atrasado, ele existe faz muito tempo. E qual seria então a necessidade que me levou a fazer um blog? Qual o "motivo" da existência de um blog? Essa pergunta é um erro. Vamos aos fatos: vivemos em um mundo cheio de causas e efeitos (todo efeito tem uma causa que o precede). Tão cheio, que não podemos separar NADA que toca a nossa experiência fora dessa lei. Mas, por motivos da nossa própria natureza racional, fazemos com que essa lei passe a valer para TUDO. E o que me leva a fazer um blog não é nenhuma experiência (apesar de necessitar delas para me inspirar e fazer as minhas escolhas), mas sim apenas um impulso transcendental, ou seja, apenas uma "idéia", a saber, sem nada de prático. Portanto, fica provado aqui a inutilidade do meu blog. Como se existisse algum que fosse útil...

terça-feira, dezembro 09, 2003

Já diria Kant... Ou será que foi Platão? Sei lá, depois de um certo tempo todas as filosofias parecem iguais. Iguais em si, e não iguais umas com as outras. Bom, mas já disse Kant: "ai!". Os tolos certamente não notariam a importância de tal texto, porém a sua complexidade aos olhos dos mais preparados se faz notar de maneira absurda... E muito! Explico: Tal conhecimento empírico é a origem de toda a distinção entre os conhecimentos a priori e os que tocam a sensibilidade. E a partir disso que surge a distinção entre a ciência positiva e a metafísica, com suas devidas limitações (de acordo com Kant, é claro). Por isso: ai!

terça-feira, dezembro 02, 2003

do corpo sem dono agora entregue a mim mesmo
do palácio sem rei, do país sem governo
sem mais a anarquia dos velhos tempos
não jogado mais aos volumes de vento
domino o jogo entre o eu e o agora meu

não subo nem desço, o constante é tênue
imagens refletidas pelo próprio espelho
trancado no armário de algum banheiro
que quebro agora, o que é meu se faz desse jeito
cacos que me rasgam e que me cortam por dentro

agora sei que a independência não é liberdade
não posso mais comer os frutos que caem das árvores
não posso mais correr entre as pessoas que andam
só choro se for para desabar em prantos
só quero rir agora do improvável cotidiano

assim como essa constante mudança me prova
e as voltas que vivo são todas lembranças
doces e salgadas, lágrimas e risadas
não posso mais me prender perto dos galhos
vôo único e triste... direto ao impacto
"E as variáveis que temos dentro de nós nunca deixam de ser variáveis, mesmo quando são constantes nelas mesmas". Agora ninguém me segura...