terça-feira, dezembro 02, 2003

do corpo sem dono agora entregue a mim mesmo
do palácio sem rei, do país sem governo
sem mais a anarquia dos velhos tempos
não jogado mais aos volumes de vento
domino o jogo entre o eu e o agora meu

não subo nem desço, o constante é tênue
imagens refletidas pelo próprio espelho
trancado no armário de algum banheiro
que quebro agora, o que é meu se faz desse jeito
cacos que me rasgam e que me cortam por dentro

agora sei que a independência não é liberdade
não posso mais comer os frutos que caem das árvores
não posso mais correr entre as pessoas que andam
só choro se for para desabar em prantos
só quero rir agora do improvável cotidiano

assim como essa constante mudança me prova
e as voltas que vivo são todas lembranças
doces e salgadas, lágrimas e risadas
não posso mais me prender perto dos galhos
vôo único e triste... direto ao impacto

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