sexta-feira, janeiro 30, 2004

Sentado lá estava sozinho o seu sem dono pacato em vida flutuante. Superfície de esmeralda e diamantes em seus olhos de fome de vida com energia suficiente e estimulante. Sujo e simples e livre e resumido em apenas duas palavras não ditas por ninguém que passava por alí. Feio nem lindo figurando dezenas de movimento com apenas um leve e breve balançar dos úmidos olhos. Sem vida e sem vivas. Sem respirar e cem iguais.

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Imagine um passo dado ao lado de você mesmo. Imagine que você não saiba que tudo o que você vê é tudo aquilo que você é. Imagine uma mente perturbada, uma vida em desgraça e os ideais arruinados. Quem poderá dizer o que será feito, e o que poderá ser ignorado? Nada, apenas a perturbação mental, apenas o lado negro de nós mesmos tomando conta do lado oposto. Muita coisa em jogo: a subjetividade. Não sei de mais nada.

quarta-feira, janeiro 28, 2004

As Aventuras do Homem Lasanha

Leonardo continuava com sua vida normalmente. Sempre na beira do forno, preparando todos os tipos de massa para um restaurante italiano de pequena importância. Ninguém sabe de seu segredo obscuro. Seu ódio e seu amor pela justiça. Mas aquele dia não seria como os outros.
No outro canto da cidade, um vulto sinistro se move nos céus. Todos achavam que era o já famoso Homem Lasanha, mas estavam errados. O vulto parou em cima de um prédio, e todos apontavam para cima exclamando: "Ele está alí! Ele está alí". Porém, lá de cima, ecoou uma voz feminina: "Não sou 'ele', sou ELA". Logo depois ondas sonoras tocando musiquinhas de celular partiram para cima das pessoas, que começaram a se contorcer de dor com as mãos tapadas no ouvido gritando "nããããããããããooooo". Uma risada saiu de cima do prédio como se tivesse se divertindo. Todos da redondeza desmaiaram.
Os jornais e a TV mostravam depoimentos a respeito do novo acontecimento sinistro. Todos estavam relatando sobre como aquela musiquinha de celular estava penetrando em suas mentes e fazendo a dor vir à tona. Leonardo ficou sabendo do acontecimento, e com o punho fechado bateu em cima de uma pizza de quatro queijos que estava sobre o balcão exclamando: "Tenho que detê-la!".

Será que a cidade está tomada por maníacos com fantasias ridículas? Será que o Homem Lasanha conseguirá deter a intrusa? Quem é essa figura sinistra que tortura suas víticas com musiquinhas de celular? Não percam os próximos episódios das aventuras do Homem Lasanha!

Ps.: Breve As Aventuras Eróticas do Homem Lasanha! Não Percam!

terça-feira, janeiro 27, 2004

Dogville (leia apenas se você viu o filme)

O último filme do Lars von Trier não deixa a desejar. Como sempre, é possível notar desde o início algumas características já próprias do cineasta, como: câmera tremida (na mão), filme picotado (cortes abruptos, porém com uma conexão entre as seqüências), o pouco uso de música e o baixo custo de produção. O que mais impressiona é a "linda" cidade, que, do jeito que é montada, deixa o filme muito mais próximo do teatro. O filme se passa inteiro em um palco, e são três horas. A originalidade tem um motivo, e essa é a minha interpretação: não importa como a cidade é, ela pode ser de qualquer jeito (e isso fica a cargo da imaginação do telespectador), e, por essa razão, também não existe uma cidade realmente. Ela é todas, e é nenhuma ao mesmo tempo.
Também é interessante o jeito que a personagem irá construindo suas relações na cidade, e aos poucos os habitantes vão se mostrando como realmente são. No final, descobrimos os motivos que levaram Grace (Nicole Kidman) a parar nessa vila, e também que todos eles (todos os seres humanos) são corrompidos de alguma forma. A metáfora dos bonecos de cera, que aos poucos vão sendo conquistados com muito trabalho para depois serem destruídos facilmente, é uma boa pedida, mas o narrador deixa isso muito claro. Enfim, é um dos filmes que vale a pena ver pelo o que pretende mostrar e pelo jeito que ele mostra.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

As Aventuras do Homem Lasanha (continuação)

Os jornais locais ainda estão atrás do responsável por várias mortes. A população está muito excitada com a morte de vários bandidos. Já foi expedido o mandato de busca, onde o Homem Lasanha está intimado a depor a respeito dessas mortes. Está nos jornais. Mas ninguém consegue encontrá-lo, e existe apenas um retrato dele, desfocado, que também está em todos os jornais. Ninguém sabe o que poderá acontecer no futuro.

No mesmo momento em que todas as instituições da sociedade estão discutindo a respeito do fenômeno, uma reunião está acontecendo no subúrbio da cidade. Alguns criminosos, traficantes dos mais respeitáveis, estão também preocupados com a onde de violência realizada pelas mãos de apenas um homem. Cinco chefes de bando estão fumando, bebendo e fazendo planos para acabar de vez com os Homem Lasanha. A chuva cai lá fora lentamente. Um trovão atrapalha o Zezão, que estava falando sobre uma metralhadora que era eficaz o suficiente para o objetivo que todos querem alcançar. De repente a luz do barraco se apaga. "Merda de energia", diz Zezão, atribuindo a queda ao trovão que acabaram de ouvir. Eles olham para a janela, somente o barraco deles está sem luz. Antes de qualquer comentário, o teto se abre em um estouro, como se algo muito pesado tivesse caído sobre ele. Todos olham para o objeto que quebrou a telha: um pedaço de presunto ao molho bolonhesa. Todos tiram as suas armas e começam a atirar para cima, de onde o objeto veio, ouvindo passos em cima do telhado. Um barulho na janela e tiros naquela direção, outro barulho da porta e mais tiros. Pedaços de queijo começam a voar pelos artes, cortando a carne dos bandidos. Um a um vão caindo, apenas Zezão continua de pé. Ele vê a morte se aproximar e grita: "O quê você quer, Homem Lasanha?". No que uma voz sinistra responde: "Sangue para fazer o molho da justiça...". E um pedaço de presunto cru voa como uma estrela ninja, separando a cabeça de Zezão do resto do corpo.

Nos outros dias os jornais não falaram de outra coisa. A televisão ainda está a procura do Homem Lasanha. A população está começando a temer o desconhecido, que antes era divertido. Os políticos tomam providências e a polícia se sente inútil. Apenas Leonardo se encontra perfeitamente realizado em sua vida, cozinhando como sempre. Esse é o seu trabalho em um restaurante de massas do centro da cidade.

Não percam os próximos capítulos recheados de sangue, violência, drogas, sexo e molho ao sugo!

sexta-feira, janeiro 23, 2004

As Aventuras do Homem Lasanha

A noite estava calada e fria. Um pequeno casal passeava nas ruas escuras de um bairro de subúrbio, provavelmente voltando de alguma festa, ou apenas um namoro sob o luar. Não percebendo que nas sombras se movia um personagem sinistro. O casal ouviu um barulho, e aquele homem com o rosto coberto os atacou sem que eles pudessem pensar em fazer alguma coisa. O homem estava armado. Ele deixou claro para o casal que eles iriam morrer, e que ele iria roubá-los depois de mortos. Um grito de desespero saiu da boca da garota, que fez com que o homem de capuz escolhesse ela para morrer primeiro. Ele levanta a arma e aponta para a cabeça dela, e de repente um pedaço de queijo derretido aparece das sombras, gruda na arma, e volta de onde veio carregando consigo a arma. O bandido estava desarmado, e olha atento para o lado de onde veio aquele queijo derretido. "Quem é você?", ele pergunta quase em grito, dando dois passos para frente. O vulto sai das sobras, vestido uma capa vermelha, com o corpo coberto de queijo de um lado, de presunto em fatias de outro e com uma máscara de massa. "Sou o Homem Lasanha, seu bandido". O bandido dá risada, e o casal sai correndo, aproveitando o momento de distração dos dois. O bandido parte para cima do Homem Lasanha, e prepara para dar um soco. Com o braço coberto de presunto em fatias, o Homem Lasanha bloqueia o golpe. O super-presunto absorve todos os impactos. O Homem Lasanha revida com um soco, com a mão cheia de queijo. O bandido cai no chão e olha para cima. Homem Lasanha abra a mão e dela começa a escorrer queijo, caindo sobre o bandido. O queijo esfria rápido e se solidifica, deixando o bandido preso. Homem Lasanha lança um jato de queijo derretido na parede de um prédio próximo, e segurando na outra ponta toma impulso e voa preso pelo fio de queijo.
No outro dia os relatos sobre esse fato não param de chegar na redação do jornal local. O casal relata todos os detalhes de como foi salvo, e a polícia diz como o bandido, responsável por vários crimes, foi encontrado morto com um pedaço de presunto congelado enfiado na garganta, todo enrolado em queijo. Boatos dos moradores do local, onde o casal foi atacado, relatam um vulto pulando de prédio em prédio, cheirando massa recém assada e bolonhesa. O mistério se aprofunda... Quem é esse super-herói maligno? O que ele pretende? Quais são os motivos? Qual a sua origem? Quem pediu lasanha? Não percam os próximos episódios do magnífico HOMEM LASANHA!

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Eu não sei mais o que pensar. Quando ela estava lá, toda quieta, como sempre, eu apenas fiquei calado por ter muito a dizer. Não queria apressar as coisas, mas ao mesmo tempo não queria que tudo continuasse na mesma. Queria ter tudo, queria ela. Ainda a quero, mas agora tudo é diferente. Quero fazer de tudo para conquistá-la, pois eu sei que ainda não consegui. Passei dias deitado pensando no assunto, até que chegou o momento de dizer tudo o que havia para ser dito. Perdi anos de vida achando que as coisas continuariam normais. Perdi milhões de sentimentos devido ao meu modo de se calar. Não mais.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Enfim, as coisas não são mais como antigamente. É necessário dirigir o espírito para os estudos, e só assim poderemos ter juízos sólidos e verdadeiros a respeito de todas as coisas. Pelo menos Descartes acha assim. Conversando com um colega, percebi que dizem coisas erradas de Descartes. Dizem que ele é o grande divisor das ciências, com seu método analítico e sua geometria e tudo o mais. Mas, lendo a "Regra para a Direção do Espírito", logo na primeira regra é fácil notar que ele é muito mais filósofo do que cientista, ou seja, aprender ciência é apenas uma parte para chegar na Sabedoria universal. Sim, ontem passei a noite fazendo trabalho sobre Descartes. É para hoje.

O Diálogo da Inexistência
(por mim)

a fonte de luz não cura mais a pneumonia da solidão
enquanto que súditos se curvam diante de reis
no mesmo instante que passamos por passarelas
desgastadas, ocultas, sombrias, noturnas
sempre há uma novidade no fundo da alma
mesmo que a tosse e a febre tomem conta do corpo
frio, quase sem vida e sem ar nos meus pulmões
meu corpo, aquele mesmo, deitado sobre o leito
de pétalas das mais diferentes flores
das quais não posso mais sentir o cheiro
como mitologias escritas quase que ao acaso
para dizer para mim como viver os traumas
no meio de tudo não existe mais alma
no meio do nada apenas meu eu mais imundo

quinta-feira, janeiro 15, 2004

21 gramas

O novo filme do mesmo diretor de "Amores Brutos" não deixa a desejar. Logo podemos perceber várias semelhanças, principalmente no jeito de contar a história. "21 gramas" vai comendo pela borda, e as cenas parecem todas soltas no início do filme, até que elas começam a fazer sentido mais para o final, quando o telespectador pode montar as peças do quebra-cabeça de forma a fazer algum sentido. Esse exercício não é por acaso, é apenas mais um jeito de mostrar a complexidade que existe em algumas coisas que acontecem na vida. Porém, assim como "Amores Brutos", é um acidente de carro que une os personagens. A meu ver, sendo do mesmo diretor, pode parecer uma pequena obceção pela tragédia no asfalto. Para aqueles que gostam de bons filmes, eu recomendo.

quarta-feira, janeiro 14, 2004

Os erros não são meus... Nunca são meus

Pois é senhoras e senhores. Os erros dessa internet me dão nos nervos. Às vezes eu sinto vontade de matar essas pessoas que lidam com coisas técnicas, que não sabem direito como fazer um trabalho de primeira linha. Mas eu lembro que eu sou uma pessoa técnica, e que muitas vezes trabalhar com essas coisas pode ser bem complicado. Mas isso ainda não acaba com minha vontade. Ontem eu testei o link do meu último POST e ele estava funcionando. Salvei o arquivo no computador e abri para verificar se tudo estava normal. E estava! Mas hoje, sem motivos, o link não funciona. Entrei na confituração do Geocites e não tem nada de diferente lá. Claro, eu devo ter cometido algum erro. Erro que não foi previsto pela minha ignorância. De fato, tentarei arrumar isso mais tarde.
As novidades pegam fogo... Ontem não aconteceu nada demais, apenas fiquei preso na faculdade (o prédio fechava as 19hs e só tentei sair de lá as 20:30). Foi divertido.

Argth!

terça-feira, janeiro 13, 2004

A primeira de uma série

Enfim, chegou o momento que tantos esperavam: vamos ver o blog do Eduardo cair de costas no chão duro da realidade. Andei percorrendo alguns sites pela internet e, aparentemente pelo menos, é fácil estocar arquivos e os deixar disponíveis para download. Aqui vai o primeiro teste, algo que escrevi hoje a respeito de alguns pensamentos obscuros que tive ontem a noite. Se funcionar, virão mais. Senão, ainda existirão mais tentativas. Até que o sol não nos aqueça mais.

Apocalipse.doc (clique aqui!)

segunda-feira, janeiro 12, 2004

"Ano novo, vida nova". Não sei bem os motivos, mas um calendário novo sempre traz consigo muitas esperanças. As esperanças também chegam de vários lados, com muitos votos de "felicidades" e coisas do tipo. Desci as escadas da minha casa e até o passarinho, com as asas quebradas, me desejava feliz ano novo. Imaginei que a escada continuava descendo até o inferno, e lá até mesmo o diabo (o senhor de todo o mal) me desejaria um feliz ano novo. É como passar uma borracha no ano velho e recomeçar a nossa vida do zero. Sabemos, incoscientemente ou conscientemente, que isso é pura besteira, mas parece que o mundo não se importa com isso. Bem, eu sou diferente do mundo. Sei que coisas horríveis irão acontecer esse ano, até mesmo comigo, como acontece todos os anos, mas em 2004 existirá a grande diferença: vou colocar a culpa de tudo na cueca preta que estava usando na hora da virada.