quinta-feira, julho 10, 2008

Ela sabe nada

O toque da pele dela parece um veludo raro, coisa que só explorador que não teme a morte conhece. Seus lábios são dois convites ao inferno: quentes e seduzindo minha alma para a perdição. E gosto muito de sentir sua voz trepidando em meus ouvidos, com uma harmonia digna de invejar os mestres clássicos.

- Você não fala comigo...

Em tom triste, em tom de pedinte. Como se fosse fácil demonstrar o quanto se ama. Um sorriso pode parecer forçado. Palavras de afago são como grãos de areia em um deserto com horizonte imutável. Não quero dizer coisas simples, coisas que ela já está casada de saber. Não quero que tudo seja representado por clichês. Meu silêncio não é pura distração, mas uma verdadeira contemplação pela pessoa maravilhosa que ela é.

A quietude dela cortou meu coração naquela estrada escura. É tão difícil assim de entender? Será que meu olhar brilhante, meu sorriso sincero e meus toques suaves não dizem nada? E meu crime é não demonstrar o mínimo de atenção, por prestar muita atenção na estrada escura para que nada de ruim aconteça e, enfim, ela possa ter toda a atenção do mundo para sempre...

- Você não me irrita. É mais fácil você me irritar quando está quieta que cantando em meu ouvido.

Assim voltei para casa e lembrei do quanto é bom procurar as estrelas que os olhos dela apontam. Ah se ela soubesse...

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