quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Tristão da Cunha - 1

- Jonas!

O grito ecoou da minha janela no terceiro andar, quando eu já tinha acabado de colocar minha bagagem minimalista no porta-malas do taxi.

- Está esquecendo essa foto!

Era Adelaide, minha fiel empregada durante anos, que ainda estava com lágrimas nos olhos pelo destino que escolhi. No porta-retratos uma foto de Lígia.

- Não estou me esquecendo de nada, Adelaide. Obrigado!

Sorri tristemente ao mesmo tempo em que suspirava fundo. Bati a porta do taxi e acenei para Adelaide, que correspondeu pesadamente, como se não acreditasse na minha escolha.

Para minha alegria o motorista ficou calado todo o trajeto até o porto. Para onde eu ia não dava para ir de avião. E eu também não estava com humor para falar sobre os motivos da minha fuga. Sim, eu me considero um covarde, desses mais medíocres. Mas algumas fissuras são fundas demais. Tão desesperadoras quanto os terremotos que as criaram.

Peguei carona em um cargueiro que ia para a África, atravessando o Atlântico. Durante vários dias procurei esquecer o passado e não pensar no futuro.

Então finalmente cheguei lá: Ilha de Tristão da Cunha.

2 Comentários:

Blogger Fábio Farias disse...

espero q vc tenha pesquisado fatos da ilha e do tristao para a "postada historica" ficar legal
rs

9:17 PM, fevereiro 06, 2008  
Anonymous Anônimo disse...

É! Todo mundo quer fugir mesmo!

9:56 PM, fevereiro 06, 2008  

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