quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Bola de neve

- Ou seus amigos ou eu!

Seu olhar sangrento parecia daqueles generais que dão ordem aos soldados mais estúpidos. O bombardeio já tinha começado. Aliás, estava muito longe de terminar. Mas a raiva e o ciúme vestem suas roupas glamorosas de bordel fétido, dançam o pop chiclete e rebolam no colo dos clientes que bebem cerveja quente e cara. Impossível resistir, já tinha tomado conta, como um vírus desses filmes de ficção científica.

- O que eu fiz?

- O que você fez? O que você fez? Meu deus! O que você não fez?

Era claro como água mineral. O ódio tomou conta do coração, histórias foram criadas baseadas em julgamentos débeis. Tudo aquilo que fui deixei de ser em nome de outro desconhecido, outro eu, alguém que não existe... Mas dentro de sua cabeça.

- Imaginação fértil a sua!

- Tudo está claro! E depois a doente sou eu, não é?

A lógica não está na beira do non sense, é o próprio! E tudo aquilo que é bom ficou de um lado, não do meu. Eu, o culpado de tudo. Como sempre deve ser e como sempre foi.

- Chega!

Mas dessa fez o limite do amor próprio foi ultrapassado. Posso não ser aquilo que você quer, mas também não sou aquilo que você pensa. Mas quem sou eu para dizer alguma coisa? Mesmo as mais belas estrelas do universo acabam morrendo um dia. Enquanto continuo menor que um grão de areia.

- E aonde você vai?

- Embora!

- Volta?

- Não.

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

hummmmmm...
acho que conheço essa história...

5:35 PM, abril 20, 2008  

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