terça-feira, agosto 08, 2006

a gente acaba rindo, pois não temos outra alternativa

Aconteceu com um de nós (malditos brasileiros no Quênia):

Precisamos de alguns documentos da imigração. O que eles chama de Work Permit (e está dando voltas em torno do próprio eixo faz mais de um ano). A burocracia é a maior que eu já vi na minha vida. O centro de informações é uma “beleza” (eles nem sabem o que pedem mais, tentado claramente dificultar o processo para serem subornados). Chegou ao ponto de pedirem o “carimbo da saída e entrada do Brasil no passaporte BRASILEIRO”. Mas que porra é essa? Eu sou BRASILEIRO e no meu PAÍS eles não carimbam MERDA NENHUMA DE PASSAPORTE DOS SEUS CIDADÃOS. E eu acredito que em NENHUM OUTRO PAÍS isso acontece! Daí eles olham com cara de bunda, e fingem que voltam a trabalhar. Mas não era sobre isso que eu ia contar.

Pediram as digitais de alguns de nós. Como em toda repartição pública queniana, existe uma pessoa para cada função (inclindo pegar o dedo, molhar na tinta e colocar no papel). Existe uma pessoa SÓ para isso, enquanto outra carimba algum papel, outra verifica se o papel foi carimbado corretamente, outra verifica se a digital está correta e outra fica parada olhando (isso é verdade, é sempre assim em todos os lugares aqui). Enfim, a fila para carimbar era mais ou menos. Alguns já estava colocando o dedo no papel e imprimindo suas digitais. Enquanto isso acontecia um de nós resolveu, para agilizar (grave erro), já molhar o dedo na tinta. Então ele pegou os próprios dedos, molhou na tinta e estendeu a mão para a mulher passar pelo papel o dedo dele. Mas a função dela não era passar o dedo já molhado de tinta no papel, mas era MOLHAR O DEDO NA TINTA E PASSAR O DEDO NO PAPEL (em caixa alta para ficar bem claro). Assim que ela viu aquele dedo molhado de tinta (um absurdo sem igual, já estava molhado meu deus do céu!), ela ficou alguns segundo perdida, sem saber o que fazer ou falar. Até que ela perguntou: “O que é isso?”. Meu amigo respondeu: “molhei o dedo já, tó”, estendendo mais ainda a mão para ela. Ela ficou ainda mais perdida, sem saber o que fazer. Então ela começou a atropelar as palavras (nó mental inevitável) e olhou para ele e disse: “não... não... tá errado...”. E meu amigo ainda falou: “mas é só passar o dedo no papel...!”. Mas ela respondeu: “não... não...” (sem saber o que fazer) “você fez tudo errado! Volte lá e comece de novo!”. Então meu amigo teve que LAVAR OS DEDOS de novo para deixar a moça COLOCAR O DEDO NA TINTA (notem que o recepiente que ele tinha usado para molhar os dedos por contra própria era EXATAMENTE O MESMO) E PASSAR O DEDO NO PAPEL, pois essa era a função plena e absoluta dessa perfeita ameba em forma de ser humano.

Pensando bem, até que aqui é divertido...

1 Comentários:

Blogger ]Edu[ disse...

Teste do comentário!

12:17 PM, agosto 09, 2006  

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