coisas que só acontecem comigo
Resolvi ver preços de acessórios para computador aqui no Kenya (compensa no preço). Fui a uma loja, próxima ao meu trabalho. A atendente olhou para mim e, como todas as outras, perguntou o que eu queria. Falei: produto “A”. Ela se levantou, olhou nas estantes da loja enquanto eu esperava. Ela olhou, olhou e nada. Ela voltou para o lugar onde estava inicialmente e abriu uma espécie de caderno, escrito à mão, e começou a procurar em uma relação de nomes. Depois de alguns minutos ela falou o preço do produto, mostrando o nome no caderno: “é esse aqui”. O preço era absurdamente caro e o produto também nem chegava perto do qual eu queria (tinha outro nome e outra função totalmente diferente do produto “A”). Ela ainda apontou na estante, devidamente fechada com vidros, o produto que ela tinha me mostrado o nome. E eu falei: “não é isso que eu quero, isso é um produto ‘B’, eu pedi ‘A’”.
Por sorte (?), enquanto ela procurava na relação de nomes, eu vi na estante um produto parecido com o “A”. Poderia ser ele. Então, antes dela falar alguma coisa, eu apontei para a estante e falei: “é aquele lá!”. Ela olhou, falando um “ãhn”, e começou a procurar na relação de nomes pelo preço. Mostrou para mim e o preço estava dentro do que eu esperava, o que reforçou ainda mais a possibilidade de ser realmente o produto “A” que eu estava procurando. Mas para ter certeza eu tinha que ver de mais perto, ler as especificações e, como um bom engenheiro, fazer a relação custo / benefício do produto para ver se compensava. E pedi para vê-lo. Mas a resposta foi inesperada: “não tenho a chave para abrir a estante”. Não fiquei tão impressionado, às vezes o dono da loja não confia muito nos funcionários e mantém a porta trancada. Então eu perguntei quem estava com a chave e ela respondeu que com o dono. E eu perguntei (sim, tive que perguntar) onde o dono estava e ela respondeu que ele estava “around” (por perto), mas não na loja. Então eu perguntei (sim, tive que perguntar) quando ele voltava e ela respondeu que ia verificar. Ela voltou para a mesa, pegou o celular e digitou um SMS. Logo depois ela voltou e falou: “14hs ele está de volta”. Ótimo, eram quase 12:30 e eu já tinha perdido quase 30 min do meu almoço no deslocamento e com aquele papo que não levou a nada. Agradeci, falei que voltava às 14hs (se pudesse) para ver o produto.
Felizmente, do outro lado da rua, existe um restaurante italiano. Nunca tinha ido então resolvi experimentar. Entrei, fui atendido e fiz meu pedido. A entrada demorou 30 minutos para vir e a comida mais 30 minutos, totalizando 1 hora de espera para o prato principal. Em meia hora comi, e pedi a conta que demorou mais alguns bons minutos. O padrão queniano estava sendo respeitado até então, com a exceção que tudo o que pedi veio certo e tinha disponível. Na saída olhei para o relógio e faltavam 5 minutos para as 14 horas. “Perfeito, agora posso ver o que eu quero”. Voltei na loja, chegando um pouco antes das 14 horas, e a atendente só exclamou: “ah, está de volta”. Então eu perguntei pelo “dono da chave” e ele ainda não estava lá. Tudo bem, eu cheguei 1 minuto antes mesmo, resolvi esperar. Fui ao banheiro, voltei, sentei, li alguns catálogos, folheei uma revista, li mais catálogos, olhei alguns produtos atrás da vitrine sem a chave e nada do responsável chegar. Mais de meia hora esperando, sendo que eu já sabia que ele chegaria 14hrs. Perdi a paciência, e fiz cara feia e falei para a atendente que não podia esperar. Ela pediu para eu deixar meu celular para assim que ele chegasse ela me ligaria (e enquanto eu esperava ela tentou entrar em contato com o dito cujo, sem sucesso). Eu respondi que não estava disponível o tempo todo, que eu não podia ficar saindo do escritório, e que eu trabalhava (e dei ênfase ao verbo “trabalhar”). Ela, obviamente, não entendeu. Então eu fiquei calado um tempo e não resisti e falei: “quando ele chegar avise que ele está perdendo dinheiro. Muito obrigado” e saí logo em seguida. Duvido que ela avisou.
No caminho de volta para o trabalho fiquei pensando. Não é a primeira vez que me deparo com atendentes totalmente despreparadas, que nem sabem o que estão vendendo ou fazendo dentro de uma simples loja. Ainda mais atendentes que não podem sequer tocar no produto e mostrá-lo ao cliente. Sim, eu era um CLIENTE. E, ainda no caminho, ri da minha inocência de me preocupar com esse tipo de coisa, que aqui eu já devia estar acostumado.
Resolvi ver preços de acessórios para computador aqui no Kenya (compensa no preço). Fui a uma loja, próxima ao meu trabalho. A atendente olhou para mim e, como todas as outras, perguntou o que eu queria. Falei: produto “A”. Ela se levantou, olhou nas estantes da loja enquanto eu esperava. Ela olhou, olhou e nada. Ela voltou para o lugar onde estava inicialmente e abriu uma espécie de caderno, escrito à mão, e começou a procurar em uma relação de nomes. Depois de alguns minutos ela falou o preço do produto, mostrando o nome no caderno: “é esse aqui”. O preço era absurdamente caro e o produto também nem chegava perto do qual eu queria (tinha outro nome e outra função totalmente diferente do produto “A”). Ela ainda apontou na estante, devidamente fechada com vidros, o produto que ela tinha me mostrado o nome. E eu falei: “não é isso que eu quero, isso é um produto ‘B’, eu pedi ‘A’”.
Por sorte (?), enquanto ela procurava na relação de nomes, eu vi na estante um produto parecido com o “A”. Poderia ser ele. Então, antes dela falar alguma coisa, eu apontei para a estante e falei: “é aquele lá!”. Ela olhou, falando um “ãhn”, e começou a procurar na relação de nomes pelo preço. Mostrou para mim e o preço estava dentro do que eu esperava, o que reforçou ainda mais a possibilidade de ser realmente o produto “A” que eu estava procurando. Mas para ter certeza eu tinha que ver de mais perto, ler as especificações e, como um bom engenheiro, fazer a relação custo / benefício do produto para ver se compensava. E pedi para vê-lo. Mas a resposta foi inesperada: “não tenho a chave para abrir a estante”. Não fiquei tão impressionado, às vezes o dono da loja não confia muito nos funcionários e mantém a porta trancada. Então eu perguntei quem estava com a chave e ela respondeu que com o dono. E eu perguntei (sim, tive que perguntar) onde o dono estava e ela respondeu que ele estava “around” (por perto), mas não na loja. Então eu perguntei (sim, tive que perguntar) quando ele voltava e ela respondeu que ia verificar. Ela voltou para a mesa, pegou o celular e digitou um SMS. Logo depois ela voltou e falou: “14hs ele está de volta”. Ótimo, eram quase 12:30 e eu já tinha perdido quase 30 min do meu almoço no deslocamento e com aquele papo que não levou a nada. Agradeci, falei que voltava às 14hs (se pudesse) para ver o produto.
Felizmente, do outro lado da rua, existe um restaurante italiano. Nunca tinha ido então resolvi experimentar. Entrei, fui atendido e fiz meu pedido. A entrada demorou 30 minutos para vir e a comida mais 30 minutos, totalizando 1 hora de espera para o prato principal. Em meia hora comi, e pedi a conta que demorou mais alguns bons minutos. O padrão queniano estava sendo respeitado até então, com a exceção que tudo o que pedi veio certo e tinha disponível. Na saída olhei para o relógio e faltavam 5 minutos para as 14 horas. “Perfeito, agora posso ver o que eu quero”. Voltei na loja, chegando um pouco antes das 14 horas, e a atendente só exclamou: “ah, está de volta”. Então eu perguntei pelo “dono da chave” e ele ainda não estava lá. Tudo bem, eu cheguei 1 minuto antes mesmo, resolvi esperar. Fui ao banheiro, voltei, sentei, li alguns catálogos, folheei uma revista, li mais catálogos, olhei alguns produtos atrás da vitrine sem a chave e nada do responsável chegar. Mais de meia hora esperando, sendo que eu já sabia que ele chegaria 14hrs. Perdi a paciência, e fiz cara feia e falei para a atendente que não podia esperar. Ela pediu para eu deixar meu celular para assim que ele chegasse ela me ligaria (e enquanto eu esperava ela tentou entrar em contato com o dito cujo, sem sucesso). Eu respondi que não estava disponível o tempo todo, que eu não podia ficar saindo do escritório, e que eu trabalhava (e dei ênfase ao verbo “trabalhar”). Ela, obviamente, não entendeu. Então eu fiquei calado um tempo e não resisti e falei: “quando ele chegar avise que ele está perdendo dinheiro. Muito obrigado” e saí logo em seguida. Duvido que ela avisou.
No caminho de volta para o trabalho fiquei pensando. Não é a primeira vez que me deparo com atendentes totalmente despreparadas, que nem sabem o que estão vendendo ou fazendo dentro de uma simples loja. Ainda mais atendentes que não podem sequer tocar no produto e mostrá-lo ao cliente. Sim, eu era um CLIENTE. E, ainda no caminho, ri da minha inocência de me preocupar com esse tipo de coisa, que aqui eu já devia estar acostumado.
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