quarta-feira, maio 24, 2006

reflexões sobre o abstrato físico

A Senhora Von Carbernè chegou atrasada para o velório do Carlos Eduardo. Diziam que era apenas um ladrão, pois sua carteira tinha sido roubada... Mas algo não fazia sentido quando se toma um tiro pelas costas, à queima roupa. E Letícia estava com seus olhos profundos deitados por cima do caixão aberto, contemplando o semblante pacífico do Carlos Eduardo e lembrando de suas últimas palavras antes de deixar a mansão Von Carbernè: “eu tenho as respostas, não saia daqui e não confie em mais ninguém”. Mas ele não havia dito as respostas, saindo correndo sem olhar para trás. E um senhor, conhecido como Barão D’Acord, colocou a mão no ombro de Letícia e disse em seu ouvido: “a Senhora Von Carbernè aguarda a senhorita na sala ao lado para uma breve conversa”. E Letícia se dirigiu para a sala apontada pelo estimado Barão, carregando em seus ombros o terrível fardo da dúvida envolta por respostas que estavam dentro daquele caixão e que nunca mais poderiam sair de lá.

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