sexta-feira, maio 26, 2006

planos perfeitos para criar um universo caótico

Letícia caminhava cabisbaixa e solitária. O cheiro das flores entravam suavemente em suas narinas e o cemitério parecia um lugar muito tranquilo. Totalmente diferente da sua cabeça. Mergulhada em pensamentos, não notou os passos pesados do Barão D'Acord atrás dela, que a chamou com leves toques nos ombros, interrompendo sua luta consigo mesma. "Eu sei o que você está pensando, querida Letícia", essas palavras foram ditas suavemente pelo estimado Barão. "Mas não se preocupe", continuou ele, "eu não vou deixar que nada te aconteça! Você pode me devolver aquilo que o Carlos Eduardo pegou de mim?". Não podia ser verdade! Carlos Eduardo nunca tinha sido um ladrão. Letícia sabia que estava em posse de uma peça importante para resolver aquele mistério e também sabia que corria perigo por causa disso... O que ela não tinha certeza era se o Barão a estava ameaçando. Não parecida. Ele tinha o ar de saber algo que ela ainda não sabia. Letícia o encarou nos olhos que se escondiam atrás daqueles óculos redondos e muito limpos. "Não me olhe com essa cara, querida Letícia, Carlos Eduardo não roubou nada de mim, eu havia confiado a posse desse objeto para os seus cuidados. Ele entrou em contato comigo e explicou seus motivos. Mas eu, em nenhum momento, sabia que a vida dele corria perigo, pois achei que ninguém mais soubesse, além dele, eu e você, conforme ele mesmo havia me dito". Mas Letícia era incapaz de conter sua tristeza, pois muito sangue já tinha sido derramado e o próprio Barão parecia ignorar esse fato. Mas ele poderia estar fingindo. Como saberia? Então ela voltou a contemplar as flores do cemitério, caminhando embaixo do sol tímido de outono, lembrando da última coisa que ouviu de Carlos Eduardo: "não confie em mais ninguém".

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