sexta-feira, maio 05, 2006

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No meio daquele barulho infernal de rock pesado, com uma fumaceira sem tamanho, eu soube exatamente o que deveria ser feito. Dei várias cotoveladas no meio da multidão, avançando em direção ao palco até atingir a grade de segurança. Hilário. Olhei para a cara dos seguranças, que geralmente têm aquela cara de “comeu e não gostou”. Dei risada, mas no meio do barulho ninguém me escutou. Os gritos estavam me deixando nervoso. Ninguém sabia o que eu sou capaz de fazer quando fico nervoso... Mas eu me contive, era apenas uma questão de tempo.
Dito e feito. Alguns instantes depois e meia dúzia de fãs alucinados daquela banda começaram a pular a grade de segurança, tentando subir no palco, mas sempre sendo contidos pelos seguranças. Cada vez mais. No momento certo chegou a minha vez, pulei a grade e um segurança segurou meu braço. Não tive dúvidas, larguei meu punho fechado no meio do nariz dele e, quando todo mundo viu isso, já era tarde demais. Eu já estava em cima do palco, o único que tinha ousado dar um murro naquele imbecil! Claro, as consequencias são horríveis, diz a lenda. Todos os seguranças se juntam e acabam com a sua raça do lado de fora, mas eu não tinha nem um pouco de medo deles.
Em cima do palco eu vi aquelas luzes cegarem a minha visão. O barulho continuava e minha presença parecia ter causado um certo impacto no público. Eu estava pouco me fodendo para o público. Começaram a gritar, a me xingar. Simplesmente levantei o dedo do meio para todos eles e fui vaiado. Finalmente todo mundo entrou em um acordo sonoro. Nada mais justo para um bando de idiotas como aquele.
Finalmente dois seguranças seguraram os meus dois braços, com as duas mãos. Eu sabia que isso ia acontecer, mas eu estava um pouco nervoso por causa das luzes e do barulho. Então simplesmente puxei os dois, um contra o outro, que bateram cabeça e desmairam. Quando fiz isso a mistura de ação foi inevitável, muito barulho, a banda parou de tocar e muitas pessoas tentavam me conter, mas eu simplesmente não parava e ninguém era páreo para mim.
No outro dia apareceu no jornal que um estranho incidente havia acontecido durante um show de rock, onde várias pessoas foram feridas, mas muito mais haviam morrido. Ninguém queria comentar o assunto. Rasguei a reportagem e limpei a bunda, pois o papel higiênico havia acabado.

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