quarta-feira, maio 17, 2006

Eu estava esperando por ela naquela noite fria de julho. A névoa na noite curitibana já embaçava as luzes da rua, deixando a noite ainda mais tímida. E eu estava embaixo do ponto de ônibus com meus braços cruzados e pesados casacos cobrindo meu corpo. Eu tremia um pouco. O vento gelado sempre entrava por baixo das mangas. Estava pronto, olhando para a direção que ela deveveria vir. Mentalmente eu repetia as palavras que eu devia dizer. "Boa noite, tudo bem?". Pensei na sua importância... Naquele frio ela era a única que poderia me esquentar. Eu sabia que ela viria cheia de calor humano. Aguardava ansioso. Ela podia viver sem mim, mas eu poderia viver sem ela? Será que ela se importava com isso? Claro que não! Ela não se importa com ninguém! Ela vive passando, de um lado para o outro, imponente e só parando quando solicitada. Enfim ela virou a esquina e desceu a rua até onde eu estava. Com um aceno de mão ela parou na minha frente e abriu as portas. Eu entrei, disse boa noite para o motorista e para o cobrador. Sentei no meu lugar e continuei pensando: o que seria de mim sem a condução?

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