quinta-feira, maio 11, 2006

carta de um selvagem suicída

Aos policiais que primeiro entrarem em minha casa:

Como podem notar a bagunça é generalizada, mas essa carta está totalmente limpa e visível sobre a mesa cheia de cacos de vidro das garrafas de cerveja. Caso ela esteja úmida por causa da cerveja e do sangue, isso significa que você chegaram tarde demais. O que provavelmente acontecerá, mas não representa nenhum problema.

Como podem notar, minha esposa está degolada ao lado da mesa, com marcas de luta pelo lugar (o que explicaria as garrafas quebradas, mas não é por causa disso). Mesmo antes de matá-la eu sei que ela naturalmente apresentará resistência. A luta pode ser longa e por isso não sei se conseguirei matá-la ao lado da mesa, mas certamente cortarei a cabeça dela e colocarei seu corpo conforme essa carta diz estar.

Ao lerem isso, favor tomem cuidado ao abrir a porta do quarto do meu filho mais velho. Ele estará lá, também morto, mas com uma facada no peito. Tomarei o devido cuidado para que seu corpo fique encostado na porta, de forma que assim que alguém abrir o corpo caia sobre a primeira pessoa que tentar entrar no quarto. Por isso apenas aviso para tomarem cuidado, pois ele estará cheio de sangue e a faca, cravada no seu peito, pode se deslocar nesse movimento e causar algum ferimento desnecessário.

Meu filho mais velho até tinha uma namorada. Essa se encontrará morta no banheiro de visitas, por isso não estranhem ao encontrar um cérebro dentro da pia da cozinha (é dela). Afogarei a menina, cujo nome me escapa agora, no vaso sanitário. Mas eu tomarei cuidado para que a descarga tenha sido dada e o vaso tenha sido devidamente limpo, pois eu acredito fielmente que a higiêne é bom para a saúde. Deixarei o corpo dela deitado no chão do banheiro, com a cabeça aberta na parte de cima, pois essa foi a única forma que encontrei de tirar seu cérebro.

Sobre a minha cama minha filha mais nova estará mutilada. Cortarei todos seus braços e pernas, mas só depois que a matar estrangulada com minhas próprias mãos. Com muito carinho embrulharei seu corpo nos cobertores e ela ficará lá, com seus belos olhos abertos, olhando para o primeiro que entrar no meu quarto.

Depois disso os vizinhos provavelmente ficarão incomodados com os barulhos. Por isso eu quebrarei as garrafas, para que eles fiquem mais incomodados ainda e vocês, estimados policiais, possam entrar em minha casa e desfrutar da cena ainda no seu frescor mais puro. Infelizmente não terei tempo de me limpar, por isso o sangue estará em toda parte.

Nem sempre tudo sai como planejamos e eu tenho noção disso. Por isso em outros cômodos da casa você podem encontrar cenas de luta, móveis quebrados ou deslocados. Espero que entendam e não se importem com isso.

Por fim basta olhar pela janela da cozinha. Lá no quintal estará o que resta de mim, com um tiro na cabeça, cujo som espero ser o mais alto possível para que os vizinhos escutem e vocês apareçam logo.

Agradeço a devida atenção e desculpem qualquer coisa,
Ass.: Eu

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