segunda-feira, junho 06, 2005

o vampiro bêbado estuprador de jabuticabas

Eu e mais alguns amigos saímos do teatro ontem. A peça foi muito interessante, textos de um escritor local que não lembro o nome... Mas, apesar de tudo, eu estava incomodado. Não somente com a peça, e nem com as pessoas que estavam comigo, mas sim com o que tinha acontecido comigo instantes antes de eu me dirigir ao teatro. Por conta de um período fértil de criatividade sem sentido descobri que existe um tal de rap da jabuticaba.
As impressões que essa música gerou em meu cérebro foram enormes. Eu não sabia no que pensar, nem como pensar. Apenas ficava imaginando coisas e mais coisas. Tudo isso se misturou em meu ser com alguns goles de cerveja, que gentilmente foram pagos por um de meus amigos que foram ao teatro. O álcool, o rap da jabuticaba e as imagens de estupros e sexo selvagem (que estavam na peça)... Tudo misturado em minha mente. Débil mente. Eu não consegui controlar muitas coisas que estava sentindo quando saí do teatro. Meus amigos não perceberam, e com um aperto de mão cada um se dirigiu para um dos lados da cidade quando chegamos na esquina que separaria nossos destinos. E foi justamente metros para frente que tudo aconteceu.
A jabuticaba ficava batendo em minha cabeça, por dentro. E, apesar de não sentir mais os efeitos do álcool, eu estava completamente alucinado. As imagens de sexo violento, de hipocrisia da cidade onde moro, de prostitutas que vivem tanto quanto baratas... E a jabuticaba. Não tinha mais jeito. Cambaleei alguns passos e quase caí no chão, não de bêbado, mas de certa forma ébrio. Então uma mão tocou meu ombro, e uma gentil voz feminina perguntou: Tudo bem?
Levantei os olhos para ela. Eu a vi, aquele monstro de beleza. Então não tive dúvidas... Fechei os punhos e bruscamente a empurrei dizendo para não encostar aquelas mãos imundas de mim! Eu sentia muita, mas muita raiva! Ela se assustou e pediu para eu ter calma, pois ela queria apenas “ajudar”. Então eu caí na gargalhada. Ela não entendeu nada, nem eu. Mas eu fechei mais ainda meus punhos, tanto que meus dedos ficaram brancos por conta da falta de sangue. Com o semblante sério pedi desculpas, ao mesmo tempo em que a empurrava novamente para sair do meu caminho. Ela me xingou de grosso, de estúpido e de imbecil. Tudo verdade... Tudo verdade! Mas como a verdade não é bela, voltei para ela e a abracei, chorando. Ela me chamou de louco. Eu ri. Peguei seus braços com uma vontade louca de beijá-la, mas não o fiz. Empurrei-a para dentro do carro, ela se debatia e isso dificultou minha tarefa. Ela começou a chorar, pedindo para eu não lhe fazer mal. Eu apenas respondi que se ela abrisse mais uma vez a boca eu ia estuprar o cadáver dela. E ela ficou quieta.
Então dirigi feito louco pelas ruas do centro, e me encaminhei para a periferia. Ela estava quieta, chorava devagar, acho que até mesmo rezava. Sim, ela estava rezando! A imagem de sexo e religião se juntou em minha cabeça, então senti nojo de mim mesmo. Parei o carro para vomitar umas três vezes, e ela estava com o olhar cada vez mais assustado. Não liguei.
Chegamos num lugar distante. Não havia ninguém por perto, uma espécie de terreno baldio que fica quase na beira de uma estrada. Empurrei-a para fora do carro, e ela caiu no chão cheio de lama. Olhei para seus olhos. Ela sabia o que ia acontecer... Ela já não tinha mais esperanças. Ela sabia que ia ser morta e depois eu aproveitaria sexualmente de seu cadáver. Peguei uma faca que estava no meu porta-luvas e com um sorriso nos lábios vi o desespero na cara dela. Antes de matá-la eu apenas perguntei: E então, você gosta de jabuticaba?

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