segunda-feira, maio 09, 2005

Hum!

Sobre aquela mesa havia um pesado pedaço de carne crua. Cheia de gordura, ainda escorria sangue em alguns lugares. Cheirava excremento de verme. Em algumas partes já estava verde. Ele sentou diante dessa carne podre, e suspirou fundo, com os olhos fechados. Sua boca encheu de saliva, e seu estômago respondeu ao olfato com um leve tremor. Não era de ânsia. Ele abriu os olhos contemplando os detalhes do pedaço de carne, suas curvas, e até mesmo onde era possível ver os vermes a olho nu. Também notou a mesa, que estava suja de sangue podre, sangue seco, que já era de um vermelho quase preto. Pelo chão, restos de alimentos que até mesmo os ratos, seus únicos companheiros, rejeitavam. Pegou um garfo na mão direita e, como se seguisse um ritual muito importante, lentamente limpou o mesmo em um guardanapo que havia recém retirado do bolso. Um guardanapo de branco impecável. Repetiu esse procedimento com uma faca, que retirou do mesmo bolso. Agradeceu, olhando para o céu, sua refeição. Espetou uma parte gordurosa daquele pedaço de carne crua e podre. Seu prazer estava prestes a começar.

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