domingo, abril 25, 2004

um tiro no peito
a bala veio rasgando o ar e atingiu meu peito. senti o sangue subindo pela garganta, o sangue quente que agora tem gosto de morte. o sangue saiu também do meu peito, escorrendo devagar pela minha pele e sendo absorvido pelas minhas roupas. queria falar, mas não conseguia, tudo foi muito rápido. coagular não era mais necessário. a bala, ela, a maldita!, pegou no meu coração com toda a violência possível. depois que ela passou deixou para mim apenas um coração que agora não serve para mais nada, pois já não bate mais.

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