quinta-feira, abril 01, 2004

Solidão

Um pequeno grão de poeira. Um pequeno pedaço de areia. Vidas se perdem em maços de cigarro, em garrafas de cerveja esquecidas na mesa de um bar vazio. A noite cai como criança brincando com o dia, quando menos se espera tudo está dominado. Eu, lá, deitado. A mesa é minha única companheira. Escuto o respirar do chão através dela, escuto as baterias de passos que ela me diz. Vejo seu corpo, sempre constante para o meu olhar, nunca escondendo nada. Nada, naquela mesa de bar. Suas pernas estão abertas, sempre estão, e posso colocar as minhas entre as dela. Ela, que suporta meu corpo bêbado e sem ânimo, que segura meu copo cheio ou vazio. Que me sustenta. E no fim, como sempre, será a única a segurar minhas lágrias. Ela, somente ela. Ela é a única que me merece, ela, a mesa do bar.

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