quarta-feira, março 10, 2004

A Continuação (como se alguém ainda se importasse)

Por trás da penumbra sempre há raios de sol. No meio de muitos conflitos, andando de volta para casa na noite quente de ontem, pensei a respeito das coisas. Como já sabemos, pensar não é bom. Pensar dói, pensar faz de nós seres mais infelizes. Mas eu não posso evitar. Cansado, ainda caminhava confiante. A escuridão tomava conta do meu caminho, e eu não sabia ao certo em quais lugares eu estava pisando. Pensei que tudo de ruim que a gente faz quase sempre não é culpa nossa... São quase sempre culpados: os nossos pais, pela nossa criação e educação; as nossas experiências, que são dadas a nós por acaso; a nossa personalidade, que é genética; o contexto histórico, que não escolhemos; a cultura do nosso povo, que também não escolhemos; etc. Enfim, podemos achar milhares de razões para dizer: "Eu fiz assim, mas não me culpe, eu sou apenas um fruto de todo esse conjunto de fatores dos quais não tenho culpa alguma". Somos sempre vítimas, mesmo quando fazemos claramente alguma coisa errada. Mas, pergunto eu a mim mesmo, não sabemos que tais coisas são erradas? Temos sim consciência de nossas ações, e isso basta para dizer que é errado afirmar que "Eu sou assim, pois todos esses fatores me fazem assim". A cultura da vitimização matou completamente a subjetividade. Suplico pela volta da alma influente, e a morte da alma influenciável.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial