segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Política e Direito, a união da degradação

"Política, religião e futebol não se discute". Cansamos de ouvir essa proposição. Dentro de uma argumetanção, notamos que essa premissa (que ao mesmo tempo é uma conclusão vazia) é totalmente inválida. Futebol se discute, religião mais ainda e política nem se fala. Caso essa frase fosse verdadeira, seria o mesmo que declarar uma anarquia (sem governo) e um ateísmo fundado no vácuo (o que é o mesmo que ser religioso radical, pelo menos eu não vejo nenhuma diferença). Vendo o mundo em que estamos, não só notamos que isso não é verdade, pois não vivemos em nenhuma anarquia e muitos ateus dão boas justificativas a respeito de suas descrenças. Tudo isso para dizer que sim, irei discutir esses temas (até mesmo o futebol, como um fator ativo na interação social, quem sabe?).

O problema da esquerda mundial: É muito fácil falar a respeito do PT e de tudo o que tem sido feito no Brasil, mas não vou fazer isso. Tive contato com engajados políticos, e notei que muitos deles, já na flor da idade (a minha), têm opiniões muito fortes. O problema é que esses discursos são embasados em teorias datadas, como Marx e Gramsci, cuja análise da realidade é específica de um determinado tempo. Gramsci fez algo admirável, pegou o que Marx havia dito e transportou para a sua realidade, fazendo as devidas alterações, e criando novos conceitos como o de hegemonia e o novo conceito de Estado (o que possibilitou uma crítica ao método como os russos estavam implantando o socialismo em 1917 - 1930). Hoje em dia não se faz mais isso. Toda a esquerda não passa de um jogo entre opiniões distintas (Lenin, Marx, Gramsci, Trotski, etc) para ver qual grupo com uma determinada opinião (já datada, ou seja, que dificilmente se aplica na nossa realidade) irá prevalecer. Essas dispustas estão dentro do próprio partido, como uma membro fundadora do PT falou pessoalmente. Enfim, concordo com ela: é necessário uma idéia nova. As discussões não passam de velhas argumentações, que não levam em consideração um mundo em formação, e sequer estudam novos métodos para se desenvolver uma sociedade um pouco melhor. Os políticos deviam estudar filosofia política (praxis, como gostam de chamar) ao mesmo tempo que sociologia, pois vejo que muitos sociólogos são precisos na análise do mundo atual. Unindo as duas coisas, podem pensar a respeito do que foi levantado, e assim criar uma nova teoria. Todos querem apenas que suas opiniões sejam dadas como verdadeiras, e assim ninguém chega a nenhum acordo preciso (como foi dito acima, é apenas um jogo). Lamentável.

Direito como inibidor social: Não sou contra o direito, mas lendo Gramsci eu realmente parei para pensar. O direito regulamenta a vida social, e é muito importante nessa tarefa. Porém, o direito tem apenas o caráter de reprimir. Todos que ultrapassam os seus limites devem ser punidos. Essa tarefa é simples, porém contradiz com o desenvolvimento social (ou seja, humano) que deveria fazer parte de suas tarefas. O direto não devia apenas punir, mas também premiar aqueles que são honestos (não como reconhecimento, uma simples medalha, mas sim uma verdadeira premiação, como existe uma verdadeira punição). Somente assim o direito faria o seu papel completo, o de contribuir para um desenvolvimento social (incluindo o moral, respeitando cada cultura, e o humano nesse mesmo ambiente). Isso está em Gramsci, e eu particularmente achei muito legal.

Unindo as duas idéias, vemos que o próprio modo como a sociedade está estruturada (as suas leis) não contribuem para o desenvolvimento, apenas para a estagnação. E a esquerda continua levantando bandeiras antigas para atualizar algo que está em constante alteração, sem ao menos se preocupar em chegar a um acordo mútuo, mas sim apenas querendo ganhar o seu jogo intelectual (quem melhor argumentar vence e fica como dono da verdade). Bom, apenas algo para se pensar a respeito, Naka para prefeito! (Brincadeira)

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